quinta-feira, 19 de maio de 2011

Livro para adultos não ensina erros

Uma frase retirada da obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedagógica é da Ação Educativa, vem gerando enorme repercussão na mídia. A obra é destinada à Educação de Jovens e Adultos, modalidade que, pela primeira vez neste ano, teve a oportunidade de receber livros do Programa Nacional do Livro Didático. Por meio dele, o Ministério da Educação promove a avaliação de dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as à avaliação de especialistas e depois oferece as aprovadas para que secretarias de educação e professores façam suas escolhas.
O trecho que gerou tantas polêmicas faz parte do capítulo “Escrever é diferente de falar”. No tópico denominado “concordância entre palavras”, os autores discutem a existência de variedades do português falado que admitem que substantivo e adjetivo não sejam flexionados para concordar com um artigo no plural. Na mesma página, os autores completam a explanação: “na norma culta, o verbo concorda, ao mesmo tempo, em número (singular – plural) e em pessoa (1ª –2ª – 3ª) com o ser envolvido na ação que ele indica”. Afirmam também: “a norma culta existe tanto na linguagem escrita como na oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta”.
Pode-se constatar, portanto, que os autores não estão se furtando a ensinar a norma culta, apenas indicam que existem outras variedades diferentes dessa. A abordagem é adequada, pois diversos especialistas em ensino de língua, assim como as orientações oficiais para a área, afirmam que tomar consciência da variante linguística que se usa e entender como a sociedade valoriza desigualmente as diferentes variantes pode ajudar na apropriação da norma culta. Uma escola democrática deve ensinar as regras gramaticais a todos os alunos sem menosprezar a cultura em que estão inseridos e sem destituir a língua que falam de sua gramática, ainda que esta não esteja codificada por escrito nem seja socialmente prestigiada. Defendemos a abordagem da obra por considerar que cabe à escola ensinar regras, mas sua função mais nobre é disseminar conhecimentos científicos e senso crítico, para que as pessoas possam saber por que e quando usá-las.
O debate público é fundamental para promover a qualidade e equidade na educação. É preciso, entretanto, tomar cuidado com a divulgação de matérias com intuitos políticos pouco educativos e afirmações desrespeitosas em relação aos educadores. A Ação Educativa está disposta a promover um debate qualificado que possa efetivamente resultar em democratização da educação e da cultura. Vale lembrar que polêmicas como essa ocupam a imprensa desde que o Modernismo brasileiro em 1922 incorporou a linguagem popular à literatura. Felizmente, desde então, o país mudou bastante. Muitas pessoas tem consciência de que não se deve discriminar ninguém pela forma como fala ou pelo lugar de onde veio. Tais mudanças são possíveis, sem dúvida, porque cada vez mais brasileiros podem ir à escola tanto para aprender regras como parar desenvolver o senso crítico.


Disponibilizado pelo Prof. Antônio Augusto Gomes Batista - No Grupos do PROFUEMG.






segunda-feira, 16 de maio de 2011

Inguinorança

SÃO PAULO - Não, leitor, o título acima não está errado, segundo os padrões educacionais agora adotados pelo mal chamado Ministério de Educação. Você deve ter visto que o MEC deu aval a um livro que se diz didático no qual se ensina que falar "os livro" pode.
Não pode, não, está errado, é ignorância, pura ignorância, má formação educacional, preguiça do educador em corrigir erros. Afinal, é muito mais difícil ensinar o certo do que aceitar o errado com o qual o aluno chega à escola.
Em tese, os professores são pagos -mal pagos, é verdade- para ensinar o certo. Mas, se aceitam o errado, como agora avaliza o MEC, o baixo salário está justificado. O professor perde a razão de reclamar porque não está cumprindo o seu papel, não está trabalhando direito e quem não trabalha direito não merece boa paga.
Os autores do crime linguístico aprovado pelo MEC usam um argumento delinquencial para dar licença para o assassinato da língua: dizem que quem usa "os livro" precisa ficar atento porque "corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".
Absurdo total. Não se trata de preconceito linguístico. Trata-se, pura e simplesmente, de respeitar normas que custaram anos de evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras.
Os autores do livro criminoso poderiam usar outro exemplo: "Posso matar um desafeto? Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito jurídico".
Tal como matar alguém viola uma norma, matar o idioma viola outra. Condenar uma e outra violação está longe de ser preconceito. É um critério civilizatório.
Que professores prefiram a preguiça ao ensino, já é péssimo. Que o MEC os premie, é crime.

Recebido por e-mail pelo grupo do PROFUEMG.
Texto de Clovis Rossi Publicado em São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

II Encontro de Ciências Tecnológicas e Geográficas - Programação do III Encontro Regional de Geografia da UEMG/Campus de Frutal

II Encontro de Ciências Tecnológicas e Geográficas da UEMG - 23 a 27 de maio de 2011

23/05 - Palestra de Abertura do evento - Congregação dos cursos de Laticínios, Sucroalcooleiro e Geografia
27/05 - Palestra de Finalização do evento - Congregação dos cursos de Laticínios, Sucroalcooleiro e Geografia

MINI-CURSO: Estatística Básica - Realizados nos dias: 24 a 27/05/2011
Profa. Dra. Sofia Luiza Brito  (HIDROEX – UEMG)

PROGRAMAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA (24, 25 e 26 de maio de 2011)

24/05/2011 - (Terça-feira)
LOCAL: Auditório Novo
HORÁRIO: 19:00
PALESTRA 1: A cidade e o urbano na formação e na prática do professor de Geografia
PALESTRANTE: Vanilton Camilo de Souza (Professor da UFG)

PALESTRA 2: Diálogo entre professores de Geografia que atuam no ensino Básico em Frutal/MG

25/05/2011 - (Quarta-feira)
LOCAL: Auditório Novo
HORÁRIO: 19:00
PALESTRA 1 :Projeto Manuelzão - UFMG - histórico de trabalho em revitalização de rios e ambientes urbanos e rurais: Experiência em mobilização social, pesquisa e extensão interdisciplinar.
PALESTRANTE:Lussandra Martins da Silva(Pesquisadora da UFMG)

PALESTRA 2: Processos Erosivos em Áreas Urbanas- tipos e técnicas de controle
PALESTRANTE:Marcilene Dantas Ferreira (Professora da UFSCar)

26/05/2011 - (Quinta-feira)
LOCAL: Auditório Novo
HORÁRIO: 19:00
PALESTRA 1: Racismo, preconceitos e discriminação no âmbito das relações sociais: possíveis determinantes
PALESTRANTE: Dagoberto José Fonseca(Professor da UNESP-Araraquara)

PALESTRA 2: Origens e dispersão do homem moderno: um olhar bioantropológico
PALESTRANTE: Danilo Vicensotto Bernardo (Doutorando da USP)